Ficámos instalados no hotel Shandrani, um hotel onde fomos muito bem
tratados!
À nossa espera quando chegámos, lá estavam as simpatias reservadas
aos honeymooners: Garrafinha de champanhe, umas t-shirts alusivas à ocasião e o
melhor de tudo, um jantar oferecido no melhor e mais intimista restaurante do
hotel.
O Hotel é daqueles com uma série de restaurantes,
actividades, etc, que normalmente não são da nossa preferência, mas dentro do
estilo “industrial” escapava, dado que conseguíamos ter momentos de chill out pelas praias semi desertas circundantes e ao mesmo tempo aproveitar algumas das
actividades tais como o passeio no barco com fundo de vidro (típico!), que nos permitiu
ver a riqueza de corais e vida marinha mesmo ali à mão de semear e que
revisitaríamos numas voltinhas de snorkeling a partir da praia. A Xana teve a sorte de conseguir ver cavalos marinhos, já eu nunca tive essa sorte!
Depois claro, neste contexto não nos livramos de uma série de inconveniente (para nós claro) de actividades aquáticas, gravatas ao pequeno almoço ou saltos altos ao jantar, mas neste capítulo, vingámo-nos bem no simpático e acolhedor restaurante italiano com as nossas inevitáveis chinelas “casual smart” :-)
Aliás, devo dizer, que há poucas coisas que me dêem tanto
prazer, como passar 1 mês inteiro de chinelas, calções e t-shirt. Tornam até
aprazível o desconforto de colocar no regresso uns sapatos que parecem já não se
adaptar aos pés.
Resumindo, hotel demasiado grande, cheio de mariquices e
actividades, piscinas a perder de vista e localizado numas praias bem
simpáticas e felizmente vazias, que nos permitiam aproveitar em boa parte a
nossa onda!
E por falar em aproveitar, aqui a preguiça não tomou conta de nós como em Zanzibar, e quase como vingança, resolvemos conhecer cada canto das Maurícias!
Assim contratámos um carro com guia para nos levar aos
highlights que tínhamos já determinado e lá partimos nós para um tour de um dia pela ilha. Seria o primeiro dos 2 dias que utilizaríamos para as nossas andanças
mais culturais…
Assim, partimos cedo com um guia civilizado e simpático que
nos levou em primeiro lugar à Bois Cheris. A Bois Cheris é uma marca de chá, de
origem francesa. Visitámos a fábrica e as plantações de chá e ficámos a
conhecer tudo sobre o chá!
O também delicioso chá preto com côco...
O também delicioso chá preto com côco...
Foi aqui nas Maurícias que nasceu a nossa paixão pelo chá e
que nos levou ao longo de todos estes anos a “dar a volta ao mundo do chá”…
Hoje parecemos comerciantes da antiga rota do chá já que lá
em casa há um pouco de tudo, do Japão ao Ceilão, da Índia à China, do Harrods
ao Fauchon, de Marraquexe à Gorreana é à vontade do freguês!
Foi um gosto cultivado com o tempo que nos ajuda a “viajar” sem sair de casa pelos meandros das nossas (boas) e sempre muito útil na nossa
repetitiva e sempre muito ansiada “depressão pós-férias” :-)
Isto do chá, pode ser que ainda nos traga novos
desenvolvimentos. Quem sabe…
Pois é, as Maurícias são as culpadas de toda esta história e
nós apenas agradecemos este empurrãozinho.
É verdade que para que tudo isto muito contribuiu o péssimo
café que tragámos com dificuldade numa série de destinos e que tantas saudades
e dissabores causam aos cafeinómanos lusitanos, habituados que estão à sua
fantástica bica. Outra contribuição decisiva, foi o fantástico chá preto com baunilha que fomos tomando
no hotel Shandrani.
Agora que vínhamos à "fonte" e que iniciávamos a nossa
licenciatura em chá na fábrica e nas plantações da Bois Cheris, faltava-nos
apenas a esperada prova dos vários chás numa sala reservada para o efeito e com
uma excelente localização, sobranceira a um lago e com uma vista desafogada
sobre toda a ilha, entrecortada apenas pelas inúmeras colinas que pontilhavam a
ilha.
Para acompanhar tal prazer, nada melhor do que nos atirarmos
de cabeça no plano espiritual e deixarmo-nos perder no meio dos coloridos e
folclóricos rituais hindus no frenético Apravasi Ghat, o principal templo hindu
das Maurícias, magnificamente localizado sobre um lago cujas águas estariam
intimamente ligadas às sagradas águas do rio Ganges segundo a crença local…
Respeitosamente, como sempre aliás, privámos com estes
devotados fiéis e aprendemos através deles mais uma lição de tolerância entre religiões.
Estava na hora de irmos em perseguição do nosso restante roteiro cultural...
Lá vamos nós...
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