segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Redang, a praia devia ser sempre assim…

Uma praia fantástica…

Ás vezes parece uma frase já gasta, mas a culpa não é minha, porque a mim ninguém me ouve a chamar polinésia francesa ou Maldivas a qualquer praia que apareça.

Na minha lista de “praia fantástica”, os requisitos são bem mais rigorosos do que os da bandeira azul…

Depois cada um gosta do que gosta, mas a minha experiência na escolha de praias já me leva a não acreditar em tudo o que se ouve, escreve ou vê!

Por exemplo, uma praia com um azul turquesa fantástico, atrai-me bastante, mas não é suficiente, porque uns inestéticos pontinhos pretos ao longo da praia são para mim essenciais, já que é aí que eu vou passar grande parte do tempo! São os corais e rochas que albergam vida subaquática abundante e que são fundamentais para o meu prazer e para o luxo impagável de ter um entretenimento tão agradável ali mesmo à mão de semear.

Se o hotel oferece “fantásticos” desportos aquáticos motorizados, parasailing e outra parafernália de ruidosos passatempos, então também não preenche os requisitos.

Se a praia tem 10 banhistas por m2 e o hotel 2500 quartos, etc., etc., etc.

Abreviando, Redang é uma ilha bem agradável, as suas águas protegidas por serem um parque natural e a praia do hotel Berjaya, uma “praia fantástica”!




Com o bónus, de receber a visita de inúmeras tartarugas que por aqui passam durante o mês de Agosto!

Saímos bem cedo de Kuala Lumpur e após apenas 1 hora de avioneta aterrávamos em Redang após verificar do ar a beleza da ilha.

A ansiedade era grande e a vontade de chegar à praia enorme, por isso não foi surpresa emocionarmo-nos quando demos de caras com a praia e perdendo instantaneamente alguns 20 anos corremos desenfreados para a água num assomo de infantilidade espontânea a gritar “o último a chegar é um ovo podre!”.

A praia está localizada numa longa faixa de mar que entra para dentro da ilha, com arribas rochosas em ambos os lados. A água é quente e transparente e a areia branca e rija, denunciando os anos de erosão de corais que se espalhavam pela baía, com especial intensidade em ambos os flancos junto às arribas.





Foi nestes mesmos corais que vi “velhos conhecidos” de outras paragens e que me deixam sempre entusiasmado. Anémonas albergando os peixes palhaço, raias sarapintadas de pontos azuis, peixes papagaio, polvos, os eternos zebras, peixes balão, e tantos outros, que não sei o nome em português!

Vida e cor, como se de um aquário se tratasse, descoberto de coral em coral e sempre na ansiedade de qual será a próxima surpresa, na ânsia de encontrar um peixe novo, um coral diferente ou um nudibrânqueo ainda mais colorido!

A cereja no topo do bolo seria encontrar uma tartaruga ou um tubarão de coral por aqui, mas embora houvesse quem os tivesse visto por aqui, nós não tivemos essa sorte! Foi pena, mas fica nos motivos para um dia voltarmos!

Só vimos uma tartaruga do barco enquanto passávamos e foi só! Na altura ainda achava que as veria dentro de água, dado que na Indonésia nas ilhas Gili as vi com alguma facilidade, se soubesse na altura o que se passaria, teria saltado do barco!

Mais tarde vinguei-me na vizinha ilha de Pherentian, mas isso fica para mais tarde recordar…







Quanto ao hotel, não desapontou, com uns confortáveis chalets de madeira espalhados pelo jardim bem cuidado de relva viçosa adornada por uma explosão de luxuriante vegetação tropical!

O ambiente era ao nosso gosto, descontraído e casual para andar sempre de chinelas e sem gravatas ao pequeno almoço como já chegámos a ver!

O restaurante geral servia os tradicionais buffets de comida variada e existia ainda um outro restaurante que acabou por ser quase sempre o nosso poiso, que ficava sobre a praia e onde eram servidos peixes e mariscos grelhados num clima mais intimista e privado.





Depois de bem jantados, lá andávamos nós a passear à beira mar com os pés dentro de água a pisar de vez em quando aquelas que se tornariam um divertimento nosso todas as noites: as diatomáceas luminescentes. Essas algas míticas que já soltavam a imaginação dos antigos marinheiros.

Estas algas, com o movimento activam a sua luz e nós enquanto andávamos lá deixávamos o nosso rasto verde fluorescente!

Foi uma boa maneira de culminar esta viagem. No rasto daquelas diatomáceas, ficou a nossa saudade, a nossa experiência, a nossa memória que tal como as diatomáceas se reacende florescente com os cheiros, as cores os gostos e as emoções fortes com que fomos priveligiados nesta viagem. Mais uma vez, na outra grande viagem que é a Vida, ficam os lugares e as pessoas que conhecemos…

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Kuala Lumpur antes do "merecido" descanso em Redang

Após uma já longa viagem, rumámos à Malásia.

Escolhemos a Malásia, porque possui das mais belas praias do mundo e depois de uma viagem tão longa sabe sempre bem acabar com uns diazinhos de praia.

É sempre importante escolher bem o local consoante a época do ano em que se viaja, senão corremos o risco da nossa maravilhosa semana de praia se tornar num tormento de chuvas de monção ou de termos mesmo de enfrentar algum furacão (ou tufão como se diz no Sudeste Asiático).

Como estávamos em pleno mês de Agosto, a costa leste da Malásia é perfeita nesta época, já a costa Oeste (Langkawi por exemplo) nesta altura do ano é assolada pelas monções.

Existem várias opções de praia na costa leste malaia e todas bastante boas. Normalmente a preferência vai para as ilhas e aqui existem 3 particularmente interessantes. Tioman, Pherentian e Redang. Escolhemos Redang porque encontrámos um hotel um pouco melhor e mais recolhido (praia privada, já que o acesso só se faz pelo mar ou pelo próprio hotel). Achámos que era o que precisávamos e não nos enganámos.

Outro factor para nós muito importante na escolha de praias e hoteis, é a existência ou não de um "house reef". Para mim é de importância fulcral, porque como adoro fazer snorkeling, ganho umas horas de verdadeiro prazer nestes house reefs. É claro que não perdemos nunca a oportunidade de fazer umas "snorkeling ou dive trips" mas ter ali à mão uma zona de corais simpática com vida abundante à nossa espera a qualquer hora é um verdadeiro luxo!

Mas já voltarei a Redang, já que antes de viajarmos para Redang, não quisemos perder a oportunidade de dar uma espreitadela a Kuala Lumpur. Uma espreitadela rápida é certo, já que o cansaço e o desejo de praia já se sobrepunham ao interesse por Kuala Lumpur.

Saídos de Hong Kong, viajámos para Kuala Lumpur (via Pequim!!!). A nossa expectativa honestamente não era alta, e por isso não saímos defraudados.

Em Kuala Lumpur, para além de levarmos horas intermináveis a chegar ao hotel, já que o trânsito é opressivo, quase tudo o que nos era dado a ver neste percurso não nos deixou propriamente muito entusiasmados.

As incontornáveis torres Petronas, que já foram o mais alto edifício do mundo foram o alvo da localização do nosso hotel. Chegámos ao final da tarde e rumámos imediatamente para as Petronas.

É verdade que o edifício impressiona pela dimensão e mesmo pela arquitectura atraente da fusão entre o estilo ocidental e o estilo árabe. As formas arredondadas, a cor prateada e as cúpulas que culminam o topo deste "monstro" são imponentes mas ao mesmo tempo harmoniosas.

Gostámos e entrámos para jantar num dos inúmeros restaurantes para todos os gostos e carteiras.

Mais umas fotografias noturnas e cá vamos nós para a Merdeka!

A piada já é gasta, mas é sempre divertido dizer que aqui é bastante normal mandaren-nos à Merdeka.


Merdeka em malaio significa liberdade e é a praça mais importante de Kuala Lumpur, onde se vislumbram ainda hoje os edifícios coloniais deixados pelos ingleses entre a sofreguidão de desenvolvimento evidenciada pelos monstros de aço e betão que se multiplicam um pouco por todas as grandes metrópoles asiáticas.

Nós apanhámos uma época particularmnete especial da História malaia, já que se comemorava dentro de dias os 50 anos de liberdade da Malásia. 50 anos após a descolonização inglesa, lá nos encontrávamos nós em plena merdeka, enfeitada e decorada para o propósito.

Por todo o lado e também o verificámos mais tarde em Redang, milhares de bandeiras malaias se multiplicavam fruto talvez do entusiamo da "libertação e da independência" ou talvez quem sabe para disfarçar a pouca coesão nacional apinhada de raças e credos... Não sei dizer...

Depois deste agradável passeio pela praça Merdeka, ainda havia tempo para outro ícone de Kuala Lumpur: a Chinatown!

Claro, quem passa por Kuala Lumpur, Banguecoque, Singapura e tantas outras cidades destas latitudes, sabe que quer queira quer não acaba por passar pela Chinatown.

Lá fomos nós para o meio das, Louis Vitton, Gucci, Rolex, Prada, Breitling e tantas outras marcas contrafeitas. A mim não me excita particularmente a contrafacção, normalmente ando mais à procura do artesanato, mas a verdade é que no meio de tanta coisa a preços irrisórios, acabamos sempre por "enfeirar" qualquer coisita!

Mas já a noite vai longa e amanhã bem cedo vamos apanhar o avião até Redang, rumo ao Hotel Berjaya onde depositávamos grandes esperanças na qualidade da praia e do seu "house reef".

Que saudades e vontade de fazer uma praiazinha!!!


Não sairíamos desiludidos!

terça-feira, 20 de abril de 2010

Hong Kong

Embora o nosso grande interesse fosse explorar Macau, a proximidade de Hong Kong a apenas 1 hora de ferry, impunha uma visita a este território outrora britânico.

Com alguns percalços pelo meio, visto que como estávamos teoricamente em 2 territórios chineses julgámos não precisar de passaporte para viajar entre eles, ficámos apenas com 1 tarde e noite para visitar a cidade.

Obviamente que o tempo era escasso, mas também é verdade que não existe grande coisa para ver em Hong Kong que não possa ser vista em qualquer grande metrópole (na metrópole, dado que o território possui até uma esquecida zona rural bem interessante).

Eu não sou um confesso admirador das mega metrópoles cosmopolitas, bem pelo contrário, mas o que vale para mim em Hong Kong é o cenário conjunto dos inúmeros arranha céus, que talvez pela exiguidade do espaço disponível são mais altos e mais juntos do que jamais havia visto.


Confesso, que quem chegue aqui terá grandes dificuldades em perceber qualquer passado histórico duradouro como o que se vê em cada esquina em Macau, mas não há dúvida que para um cosmopolita, Hong Kong é um local de visita obrigatória.


Depois de deambularmos entre os magníficos arranha céus do centro, dirigimo-nos para aquele que achámos ser o Highlight de Hong Kong: a vista noturna do Victoria's Peak. Uma montanha com vista priveligiada sobre toda a Baía e que retocada com as maravilhosa iluminação noturna, lhe confere honras de postal!

A vista é fantástica, bem como o percurso para lá chegar. Depois de suportarmos a extensa fila, entramos num castiço elevador do século XIX (Afinal sempre há alguma coisa histórica!) que nos leva montanha acima num declive tão acentuado que nos provoca a ilusão de óptica de os arranha-céus estares inclinados!


Chegados lá acima, um terraço miradouro revela-nos uma vista verdadeiramente surpreendente!


Depois de nos deliciarmos com a vista, nada melhor do que aproveitarmos o tempo que nos resta para mais uma voltinha por Hong Kong e terminar a nossa volta "chinesa" com um bom repasto!

Agora, após mais de 20 dias de "intensa actividade turística" espera-nos Kuala Lumpur na Malásia e em seguida o merecido descanso nas fantásticas praias malaias e mais concretamente na ilha de Redang.

domingo, 21 de março de 2010

Macau, Portugal no oriente...

Encontrarmo-nos com Macau, é encontrarmo-nos com quase 500 anos da nossa História. É inevitável pensar nas avenuras e desventuras dos nossos valorosos marinheiros que em tempos imemoriais por aqui passaram e que por cá ficaram. Reza a História que teríamos ficado com Macau pelos bons serviços prestados nas redondezas na defesa deste território contra os piratas, mas parece que a História não será bem assim...
Mas porque o objectivo não passa por preciosismos históricos, vou apenas relembrar aquilo que nos deixa orgulhosos, por exemplo o facto da nossa presença ter sido efectiva como demonstram os inúmeros edifícios históricos e como o demonstram também os orgulhosos macaenses que são fruto dessa tradição tão portuguesa de miscigenação.
É verdade que ao contrário de outros locais onde estivemos presentes, não conseguimos por aqui implantar a nossa língua, mas também é verdade que mesmo durante a ocupação filipina espanhola, Macau manteve-se sempre fiel à coroa portuguesa e nunca arriou a bandeira portuguesa dando origem ao nome do "leal senado" que ostenta hoje no centro de Macau a bandeira do território autónomo de Macau.


Mal saímos do hotel, "damos de caras" com a escola portuguesa e o antigo edifício do Banco Nacional Ultramarino. Também não somos indiferentes às calçadas portuguesas e à estátua de Jorge Álvares o primeiro português a desembarcar por aqui.


Seguem-se as inúmeras igrejas, capelas e conventos, escolas a santa casa da misericórdia e as famosas ruínas de São Paulo.




A fortaleza do monte onde nos emocionámos com a seguinte frase lá colocada (nos tempos em que éramos fortes e orgulhosos!).


A fortaleza da guia com o seu farol, o mais antigo do extremo oriente.

Tudo isto apimentado com o exotismo oriental é uma explosão para os sentidos e é por isso mesmo que nos deixamos perder sem destino definido pelas ruas e jardins que nos revelaram sempre mais um ponto de interesse.




Também gostámos da parte excêntrica de Macau e que envolve obviamente o Jogo! Os inúmeros casinos dão vida a monumentais paineis cheios de cor e vida que animam bastante a vida nocturna macaense.

Conhecendo a mentalidade asiática que é extremamente receptiva a todos os argumentos que envolvem a "sorte", desde o Feng Shui, aos astros, à numerologia, etc, é também bastante divertido observar os jogadores no interior dos casinos. Quanto a nós, a sorte não nos sorriu nas slot machines nas noites do casino Lisboa e Grande Lisboa, mas convenhamos que para sorte já bastava lá estar!

Foram 3 dias bem passados por aqui e ficou a vontade de voltar mais não seja para visitar as ilhas de Taipa e Coloane.


Até sempre "leal" Macau!

Macau, um quase regresso!

Chegar a Macau, foi uma lufada de ar fresco!


Após várias semanas a viajar em contextos tão distintos dos nossos a todos os níveis e depois de passar um pouco por todas as realidades chinesas e tibetanas, sabe sempre bem chegar a um local mais "civilizado" e mais parecido com o que estamos habituados. Claro que este sentimento só nos ocorre, fruto do tempo de viagem que já é longo, porque adoramos o contacto com as diferenças habituais que nos esperam nestes destinos exóticos, mas passado algum tempo apetece fazer uma pausa... para depois continuar...


Em Macau, o sentimento de chegar a um local mais civilizado, foi para nós muito mais do que isso, chegar a Macau, foi de certa forma chegarmos a casa. Foi reencontrarmo-nos com a nossa história e os nossos antepassados, foi reencontrarmos a nossa língua, a nossa arquitectura, com alguns dos nossos hábitos e com resquícios da nossa gastronomia. Ah e claro, não esquecendo a livraria portuguesa, que nos permitiu pela primeira vez ler jornais e revistas portugueses actualizados em viagem!


Eu pessoalmente, sou um apaixonado por viagens e pela nossa magnífica História, pelo que Macau, foi para mim a cereja no topo do bolo nesta viagem!


Muitas vezes pensei que diversas pessoas que já tinham visitado este território, não tinham ficado muito entusiasmadas e algumas até confidenciaram que "não acharam nada de especial", agora penso como eu sou tão diferente dessas pessoas...


Chegámos através do Aeroporto de Macau e fizemos questão disso, embora não tenha sido fácil (o aeroporto vizinho de Hong Kong era sempre o referido), o tal em que gastámos milhões e milhões de euros (escudos na altura ou seria patacas?) para deixar esta obra megalómana, construída sobre o mar da China, aos chineses que tomaram posse do território em 1999.


Mal chegámos ao aeroporto ficámos surpreendidos, porque todas as indicações e placas se encontram escritas em português! Para quem anda nestas andanças e já andou algumas vezes pela Ásia e pelo mundo, sabe que encontrar seja o que for em português, desde audioguias em museus, folhetos nos gabinetes de turismo, panfletos de hoteis, jornais, livros, etc. é pura miragem! Não existe! por isso, nos surpreendemos e ficámos obviamente satisfeitos e com aquele genezinho do patriotismo bacoco inchado!

Levantámos umas patacas no multibanco do aeroporto (que não era em forma de árvore) e apanhámos um taxi, rumo ao Hotel Sintra na Avenida D. João IV, perto do cruzamento com a Avenida Dr. Mário Soares. O hotel é convenientemente bem localizado no centro de Macau (na peninsula) perto do histórico Hotel Lisboa e do seu famoso casino.

Foi lá que acabámos a noite, afinal estamos na maior cidade casino do mundo com um volume de apostas superior a Las Vegas!!!

domingo, 7 de março de 2010

Yangshuo, a pérola do sul da China!

Saímos de manhã bem cedo para levantar a scooter que tínhamos já reservado na véspera.

No país da poluição extrema, alugámos uma mota ecológica! Uma mota eléctrica, sem ruído ou emissão de gases! parece-me apropriado para que o nosso impacto nesta paisagem seja mínimo.



O único senão, foi descobrir, que a nossa "bomba" não passava dos 30 Km/hora!!!



Mas também quem é que tem pressa por aqui?



Com um mapa rudimentar, muito rudimentar e com o telefone do stand, para o que desse e viesse, saímos da aldeia, dispostos a fundirmo-nos com a paisagem.



Antes de entrarmos nos campos e nos caminhos de terra batida que os circundam e que serpenteiam aquelas formações rochosas que não conseguimos nunca deixar de admirar, sobra sempre tempo para uma conversa, ou tentativa de conversa com os simpáticos camponeses, ou camponesas...



Depois, quando entramos no âmago da ruralidade chinesa, estava lá tudo o que sonhávamos:

Os campos de arroz:



Os chapéus de palha:



As carroças:


O sorriso das crianças:



Os valiosos búfalos de água:



tudo isto amplificado por uma paisagem deslumbrante, que não imaginámos...




Yangshuo é verdadeiramente uma pérola, que nos deu mais do que esperávamos, porque aqui ao contrário do que encontrámos em outros sítios, existe a China imaginada por um Europeu. O bom gosto das ruas e dos edifícios, dos restaurantes e das lojas, que fizeram com que comprassemos aqui grande parte do artesanato que levámos para casa.


É verdade que existe sempre uma hello Kitty ou uma torneira em forma de elefante a estragar a boa decoração dos restaurantes e o bife de cão anunciado no menú (embora não tenhamos visto nada) também era dispensável, mas afinal de contas estamos na China não é?




Foi muito bom e como já vem sendo hábito, esperam-nos emoções fortes e especiais no destino que se segue...

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Cruzeiro no rio Li

É chegado o dia ansiado do cruzeiro no rio Li !

O início é quase um anti-climax, porque no cais de saída, tudo está muito ao estilo chinês. Imensos barcos alinhados, todos iguais e essencialmente frios e crus.

Tudo ordenado tipo rebanho é encaminhado para tomar os seus lugares no interior da cabina do barco.

Partimos e rapidamente abandonamos o nosso local na cabina para passar toda a viagem no convés!

e aí, que espectáculo nos esperava...

Num ritmo relaxante, o barco segue silenciosamente arrastado pela corrente.

É verdade que a neblina que o tufão que recentemente passou na vizinhança, nos prejudicou a arte fotográfica, mas ao mesmo tempo adensou um pouco o cenário fastasmagórico e cinematográfico que se apresentava diante dos nossos olhos....

Picos desalinhados cobertos de vegetação bem densa, surgiam da neblina, desafiando a gravidade e soltando a imaginação para decifrar as formas que nos faziam lembrar. A imagem traz-nos à lembrança brincadeiras de criança que se perdem no tempo e que procuram nas nuvens formas e figuras do nosso imaginário....

A vida que preenche o rio também ajudam a colorir a paisagem. Búfalos de água, alimentam-se nas margens e das algas do rio. Jangadas de bambu serpenteiam os seus tripulantes através do rio em busca de peixe ou de turistas para uma voltinha. Algumas jangadas trazem uns estranhos tripulantes: corvos marinhos. Estes animais vêm sendo treinados há séculos para "pescar". Trazem um anel ao pescoço que os impede de engolir os peixes que capturam e "devolvem" aos seus donos o fruto do seu trabalho... Injusto, mas engenhoso, temos que convir...


Mas para tamanha beleza, diz o ditado que uma imagem vale mais que mil palavras, por isso ficamos aqui com alguns milhares de palavras...

Eis-nos chegados a Yangshuo, uma aldeia há muito descoberta pelos mochileiros, que são normalmente os grandes descobridores destes paraísos perdidos nos confins do globo...


Yangshuo, não foge à regra, mas apesar do desenvolvimento que sofreu ao longo dos últimos anos, podemos dizer que foi um desenvolvimento mais ocidentalizado, preservando a paisagem e até em certos casos embelezando-a.

No essencial Yangshuo é uma localidade muito simpática para passar uns dias relaxantes e para se ir um pouco mais longe, penetrando na verdadeira paisagem rural chinesa.

Nós quisemos aproveitar tudo e depois da desilusão da piscina do hotel estar em manutenção (as semanas acumuladas e o calor que se fazia sentir pediam um mergulho imediato), entregámo-nos nas mãos de umas simpáticas e atrevidas jovens chinesas, que entre sorrisos e espanto da minha capilaridade nos aplicaram uma relaxante "chinese feet massage"!