segunda-feira, 1 de abril de 2013

Amesterdão, uma pausa no regresso...

Amesterdão é um daqueles locais especiais e consensuais que recolhe fãs um pouco por todo o mundo por força da sua especial mentalidade onde um pensamento “liberal” cultivado há séculos e que permite a existência de uma série de particularidades que durante muito tempo apenas eram possíveis por aqui.


Amesterdão será um dos raros locais do mundo, já não será o único, onde é possível ver famílias inteiras desde o avô ao neto a passearem no bairro vermelho com a maior descontracção.

Aqui misturam-se divertimento, sexo e drogas como em nenhum outro local do mundo de uma forma perfeitamente civilizada e controlada.


Aqui no fundo, parece que se deu uma lição à hipocrisia vigente um pouco por todo o mundo, onde existem todas estas actividades mas de forma ilegal.

Aqui convivem sex shops, casas de sexo ao vivo, coffee shops com mais drogas leves do que alguma vez tinha até à data ouvido falar com uma cidade perfeitamente civilizada, que ainda por cima é uma das mais belas da Europa, fruto da sua extensa rede de canais e arquitectura típica com as suas casas escuras e em tijolo seculares, altas e estreitas e que em muitos casos parecem querer espreitar os canais que passam à sua frente, já que se encontram inclinadas para a frente…


Aqui, todo o frenesim e divertimento convive de forma surpreendentemente pacífica com os pacatos bairros circundantes, onde chega a estranhar que a apenas alguns metros de toda uma imensa actividade encontremos verdadeiros locais de retiro como se de repente tivéssemos aterrado numa pequena aldeia do interior.


É também um local de cultura, onde as artes têm um verdadeiro papel no dia a dia das pessoas. No cardápio encontramos desde os mundialmente famosos museu Van Gogh, Rembramdt ou Rijks Museum, na “esplanada dos museus, até ao Madame Tussaud na Dam ou o museu do sexo mesmo em frente à estação central.









A própria estação central é uma visão fantástica, um monumento em si mesmo, que fervilha de vida e que "fornece" Amesterdão com milhares de turistas por dia.


Também junto à estação central, podemos observar um impressionante parque de bicicletas, verdadeiro ícone de Amesterdão, onde é muito mais fácil ser atropelado por uma bicicleta do que por um carro.


Nas bicicletas, é curioso, porque o que se vê, são pasteleiras do tempo da II Guerra Mundial, velhas e ferrugentas, mas que parecem não se querer desligar da história desta cidade. Ainda nos dias de hoje a rivalidade entre holandeses e alemães, trás à baila o roubo das bicicletas durante a guerra...

Por falar em II Guerra mundial, pode-se visitar também a mundialmente famosa casa de Anne Frank, a criança judia que juntamente com a sua família, viveu durante alguns anos da II guerra mundial num anexo secreto e onde relatou no seu diário o dia a dia difícil e tortuoso de como uma família tentava de uma forma artificialmente “normal” prosseguir a sua vida apesar de todas as incidências do flagelo da guerra. Infelizmente a família foi denunciada e mandada para distintos campos de concentração nazis, onde todos acabaram por falecer, excepto o patriarca Otto Frank, que haveria de receber dos seus antigos amigos e cúmplices e publicar o “Diário de Anne Frank” que se tornou imediatamente um best seller internacional e que assim permaneceu até aos dias de hoje.

                                                                        Anne Frank

Amesterdão é um manancial de atracções e divertimentos. É uma cidade viva, cheia de história, que se cruza também com os portugueses, fruto do estabelecimento de uma abastada “colónia” de judeus portugueses, que estupidamente foram expulsos de Portugal e que por aqui se estabeleceram, formando uma das principais comunidades locais e fundando a impressionante Sinagoga Portuguesa de Amesterdão que é um marco português comovente no coração da cidade..

Já disse muito, mas parece que falta dizer tudo sobre esta cidade de ruas estreitas e acolhedoras, o ar descontraído com que as pessoas “ostentam” a sua felicidade, as inúmeras lojas especializadas em vinhos ou azeites ou enchidos, as  milhares de pontes de todas as formas e feitios, as casas flutuantes, o dique que mantém a cidade à tona de água e que é também a origem do nome da cidade (Amstel Dam é o dique no rio Amstel), o famoso mercado das flores, o artesanato, com as socas e o Gouda à cabeça, os passeios de bicicleta pelas vias bem sinalizadas e respeitadas, ou pelos parques que aqui e ali fazem a cidade respirar, as tulipas  enfim, é um local que não me canso de visitar e por isso mesmo aproveitámos a “escala” em para aqui ficarmos 3 ou 4 dias na companhia do nosso primo David que veio ter connosco.














Momentos bem passados, tranquilos e sem horários, não deixando no entanto de fazer de tudo um pouco.

Foi uma excelente transição entre o ponto final da nossa lua de mel nas Maurícias e o regresso a Lisboa.

Em casa, seria certinho, teríamos à nossa espera uma fabulosa “depressão pós-férias” !

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