A reserva do Ngorongoro é um local fascinante!
A vista é deslumbrante, encontramo-nos no centro de uma cratera de um vulcão, o que já por si é desconcertante, depois temos a beleza de um lago pintado de cor de rosa, resultado dos milhares de flamingos que tranquilamente se alimentam, temos savana e também temos floresta.
A cratera do vulcão tem uma área de 260 km2, o que faz com que seja aproximadamente uma circunferência com 18 Km de diâmetro.
É pequena e cheia de vida, a concentração e diversidade por aqui são a garantia de um safari animado!
Chegámos já ao final da tarde ao hotel e o nosso constante rótulo de "honeymooners", valeu-nos alguns pormenores bem simpáticos!
Aliás esta tem sido uma prática frequentemente seguida por nós e com isto já realizámos umas 10 luas de mel :-)
Agora com o Diogo fica mais difícil, mas até aqui tem-nos garantido melhores quartos, alguns cuidados extra e alguns jantares! Basta colocar naquela "caixinha" das observações: "King size bed and please don't forget we are honeymooners!"
A tarde já ia longa e os últimos raios de sol foram bem passados na varanda panorâmica que o nosso quarto proporcionou, bem acompanhados pelos aperitivos e pelo Cognac que os nossos simpáticos hospedeiros nos haviam deixado sobre a mesa.
Depois da alma aquecida, serviu o cognac para nos aliviar do cansaço que após tantos dias de safari já nos começava a atacar...
O hotel era bem simpático e acolhedor onde não faltava o conforto de uma simpática lareira, que nos convidava a aproximar para nos aconchegar do frio que se faz sentir por estas paragens, afinal já nos encontramos a uma altitude considerável (quase 2000 metros)...
Depois de uma noite retemperadora, saímos mais uma vez bem cedo para explorar a cratera e por mais entorpecidos que estivessemos, era impossível não reagir à beleza deste lugar!
Depois de uma noite retemperadora, saímos mais uma vez bem cedo para explorar a cratera e por mais entorpecidos que estivessemos, era impossível não reagir à beleza deste lugar!
Pelos trilhos de terra batida que vamos percorrendo, começamos a ver os primeiros vestígios de vida selvagem e a aparência é a de uma savana "aprisionada" entre os muros altos e circunferenciais, que tornam Ngorongoro num local de preservação imemorial e intemporal.
As cinzas vulcânicas e a presença constante de água, garantiram sempre a fertilidade destas terras e a abundância de alimento que foi e continua a ser vital para este ecossistema, fazendo com que se encontrem num espaço tão reduzido toda a diversidade de vida selvagem que se anseia ver num safari. Exemplo disso é a presença dos "big five" entre muitos outros claro e o raro rinoceronte preto que se encontra em vias de extinção.
Nós tivemos um efémero encontro com alguns rinocerontes pretos, mas na realidade é como se não os tivéssemos visto, tal era a distância a que se encontravam!
É verdade, que conseguimos com muita dificuldade destrinçar a forma de um corno, muito mais incisivo do que o dos "primos" brancos, característica que aliás os diferencia, nas fotos que tirámos com o zoom no máximo.
Mas para nós, mais do que a proximidade, conforta-nos saber, que a preservação destes animais neste local ,apesar de todas as dificuldades inerentes ao seu baixo número, tem sido de alguma forma um sucesso.
Mas para nós, mais do que a proximidade, conforta-nos saber, que a preservação destes animais neste local ,apesar de todas as dificuldades inerentes ao seu baixo número, tem sido de alguma forma um sucesso.
Podemos dizer, que Ngorongoro foi a cereja no topo do bolo, nesta nossa aventura do safari, proporcionando-nos um dia sempre agradável e animado:
Cruzámo-nos com uma grande variedade de animais, tais como os grandes leões do Ngorongoro, maiores do que os demais dada a anteriormente referida abundância de alimento.
Mais uma vez os lagos sempre deslumbrantes com a sua "tropa" de flamingos e pelicanos.
Aqui com o bónus de apanharmos a interacção de uma família de hienas que tinham a toca nas proximidades onde esta cria aproveitava para apanhar uns banhos de sol.
Cruzámo-nos também com o lindíssimo grou-coroado-de-pescoço-cinzento, símbolo nacional da Tanzânia.
Assistimos também a um fenómeno engraçado numa "piscina" de hipopótamos. Ao aproximarmo-nos, começámos a ouvir um chapinhar constante resultante das pequenas caudas que se esforçavam em molhar as costas.
O Paul explicou-nos que os hipopótamos possuem uma pele muito sensível ao contacto com o sol e daí a necessidade de se protegerem dentro de água e de se encontrarem sempre molhados.
Acontece que a profundidade deste charco não era muito grande e daí o esforço dos hipopótamos, que para os mais destemidos, incluía uma ginástica considerável atendendo ao seu tamanho e que consistia em dar voltas ritmadas sobre si próprios para desta forma molharem as costas de uma forma mais efectiva e que nos deram o espectáculo cómico e surreal de os ver por diversas vezes de patas para o ar.
E vimos mais... Muito mais...
Numa paragem, tivemos a oportunidade de confraternizar com uns amiguinhos bem simpáticos! Andam sempre à cata de comida ou de qualquer coisa para se entreter! Parece que há bem pouco tempo se divertiram a rasgar um passaporte de uma cidadã americana, que deixou a carteira no jipe...
Sim estes amigos, se apanham o carro aberto avançam como se não houvesse amanhã!
Quando já encetávamos o caminho de volta para o hotel, tivemos a sorte, assim o denominou o Paul, de observar um gato serval, que pelo vistos é bastante tímido e poucas vezes observado num dia de safari.
Voltámos ao hotel felizes! Na nossa última noite deste safari, sabíamos que tínhamos cumprido um sonho antigo, mas a hora era de aproveitar os últimos instantes, absorvendo com sofreguidão todas as imagens destas paisagens que nos marcaram e guardar este cheiro e este sentimento de terra virgem e selvagem que se nos "colou" à pele e que é sempre fonte de saudades, nostalgia e principalmente de grandes recordações, que são o que sempre levamos de melhor e que acabam por viver connosco para o resto das nossas vidas!
Mas deixemos o balanço deste safari para daqui a uns instantes, a hora é de queimar os últimos cartuchos...
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