É hora de rumar à praia e não fazer absolutamente nada!
Em Zanzibar levámos demasiado à letra a ideia do parágrafo anterior e isso traz-nos hoje amargos de boca, porque havia uma série de actividades que gostaríamos de ter feito, mas o cansaço que os 12 dias de Safari nos provocaram, fizeram indiscutivelmente mossa...
A chegada a Zanzibar, ainda no aeroporto foi o caos completo! Ou seja foi excelente!
Não havia tapete para as malas e havia mais pessoas do que malas!
Por cada mala que aparecia, havia 4 mãos a agarrar na mala e de repente, esta era disputada de forma perfeitamente civilizada por outros tantos "caça gorjetas" que pediam verdadeiras fortunas pela extenuante tarefa de carregar as nossas malas durante 10 metros.
Estávamos em casa! O caos instalado, o calor e a humidade que dificultavam a respiração, tudo se conjugava para uma óptima estadia :-)
No transfer para o hotel que estava já previamente marcado, calhou-nos o best lá do sítio! Não fosse estarmos mortos e muito nos teríamos rido de toda a série de disparates que o mister Magito (para nós best manguito) discorreu durante toda a viagem... Foi uma hora a ouvir que ele era o maior, que fazia excursões inesquecíveis, blá, blá, blá... Às tantas dizia "- Toda a gente me conhece, querem ver? [acenando para os transeuntes] "- recebia uma série de acenos de volta e de sorriso de orelha a orelha, voltava-se para trás e soltava com ar triunfante : " - Viram, sou mesmo conhecido não sou?". Escusado será dizer, que nós fazíamos o mesmo e o entusiasmo com que nos acenavam era ainda maior, afinal éramos estranhos e isso era uma mais valia...
Pelo caminho, pobreza extrema, controlos policiais em catadupa com as tradicionais barreiras dum lado e doutro cheias de picos e os sempre simpáticos e afáveis policiais.
Zanzibar é maioritariamente muçulmano, e ao termos chegado à sexta feira, apanhámos toda a confusão já que toda a gente anda na rua num rebuliço entre a mesquita e o sagrado almoço onde se reúne toda a família.
Parece que estou a ver a cara da Xana, farta do best manguito, que era o 23 filho de uma família onde o pai tinha uma série de mulheres, ou seja, uma confusão. A cultura era 300% machista, e para ele a Xana nem existia. Não lhe ligava, não lhe respondia, o melhor foi quando o manguito se vira para trás e me diz com aquele sorrisinho malandro "- Eh, eh, lá no teu hotel as mulheres são lindas!".
Aliviados do cromo do manguito, lá nos instalámos no hotel.
O hotel era bem localizado, era simpático e com uma praia cuja cor do mar impressionava. Mas para as expectativas que tínhamos, era fraquinho e foi aqui, que ganhei aversão ao esquema do tudo incluído.
Mas até aqui tudo bem, a localização e a beleza do local compensavam as falhas no serviço, o pior ainda estava mesmo para vir...
Mas antes disso chegados ao quarto, ainda fomos "brindados" com este pormenor "delicioso"...
Não é difícil adivinhar, que a "pomba" teve uma morte rápida e lancinante!
Como dizia, o pior estava mesmo para vir e por aqui, o pior eram mesmo as pessoas...
Com aquela praia fantástica pensámos de imediato em dar um passeiozinho à beira mar, descontraído naquele final de tarde, mas a cada 5 metros éramos abordados por alguém ou a "oferecer" excursões, ou a vender artesanato ou droga ou porque simplesmente queriam conversar, mas sempre com uma abordagem agressiva, insistente e intimidatória.
Todos os dias, mal colocávamos um pé na praia passava-se o mesmo! Estamos habituados a que até certo ponto isto aconteça, mas passados os primeiros tempos, deixamos de ser novidade e largam-nos a perna, mas aqui, não. Sempre a mesma agressividade...
A sorte é que isto acontecia apenas na praia propriamente dita, já que na zona da praia onde estavam as palmeiras e as espreguiçadeiras, era espaço do hotel e ninguém entrava, mas assim que íamos dar um mergulho e colocávamos um pé na areia...
É verdade que a nossa paciência estava em baixa, mas aqui foi um exagero, foi aliás o pior local onde estivemos até hoje neste aspecto.
Abortámos o passeio e fomos até ao quarto onde aproveitamos para uma sestazinha, que se prolongou até de madrugada!
Nem jantar fomos, tal era o cansaço acumulado. Agora tínhamos um problema, estava tudo fechado, estávamos esfomeados e cheios de sede e não tínhamos onde ir! Valeu-nos os brindes de honeymooners, e lá devorámos uma cesta de fruta que nos tinha sido oferecida...
Rapidamente recuperámos e revigorados, "jiboiámos" durante 4 dias e aproveitámos ao máximo a praia e o descanso apesar dos contratempos que soubemos ultrapassar.
Foi o primeiro local de chegada de muçulmanos à África de leste existindo registos de construção de 2 mesquitas com mais de 1000 anos.
O primeiro europeu a visitar Zanzibar, foi como não podia deixar de ser um português, foi mesmo o grande navegador Vasco da Gama, na sua inigualável viagem da descoberta do caminho marítimo para a Índia.
Durante 200 anos, foi dominada pelos portugueses, que construíram uma feitoria e que por aqui se instalaram até à infeliz ocupação espanhola, altura em que o Sultão de Omã se apoderou deste território.
Foi um centro de comércio secular, unindo uma série de rotas de fundamentais no oceano Índico e ficou também conhecida pelos maus motivos como é óbvio, já que chegou a ser o principal centro de comércio de escravos que aqui chegavam vindos de todo o continente.
É terra também de especiarias e uma série de excursões para visitar quintas de especiarias estão à disposição e devem valer mesmo a pena.
Tal como valeria a pena de certeza visitar o centro histórico, a famosa Stone Town de Zanzibar city com as suas famosas portas de entrada.
Apenas como curiosidade resta apenas dizer que Zanzibar é um arquipélago de uma série de ilhotas e com 2 maiores, uma Zanzibar e outra que tem um nome que nos é familiar, Pemba, mas que apesar da proximidade linguística, nada tem a ver com a sua homónima moçambicana.
Curioso é também saber, que por aqui nasceu a super estrela, o mundialmente famoso, Freddie Mercury. Esse mesmo o vocalista dos Queen!
Com isto resta dizer que descansámos que nem uns valentes, mas a verdade é que ficámos muito arrependidos por esta nossa pouco habitual preguiça e no final, fica-nos na memória uma série de contradições no que respeita a Zanzibar. Temos um sentimento misto que não nos permite definir correctamente Zanzibar, até porque não a conhecemos em profundidade...A verdade é que tivemos pena de deixar Zanzibar...
Temos obviamente que voltar!
Entretanto, a viagem prossegue e está na hora de voltar ao nosso hub, Nairobi e ao nosso já familiar hotel, Nairobi Safari Club, para uma curta escala para o nosso próximo destino: Maurícias!
Sem comentários:
Enviar um comentário