O Serengeti é daqueles locais onde nos emocionamos, por serem verdadeiros marcos de viagem e pela emoção que nos provocam em vários aspectos.
Em primeiro lugar é impossível dissociar o que vemos com o que já vimos ao longo de inúmeros anos na televisão nos programas de vida animal, com especial enfoque na gigantesca migração de gnus, zebras e gazelas que devido à seca rumam a norte para o Quénia, passando o rio Mara, que delimita a fronteira entre estes dois países e também a fronteira entre a reserva do Serengeti e a reserva do Masai Mara que já aqui descrevi e que proporcionam um dos espectáculos naturais mais impressionantes do Mundo.
É um local emocionante, quer pelas belíssimas paisagens, quer pela força vibrante que a inúmera vida selvagem deixa aqui transparecer.
Aqui é a natureza em estado puro, com tudo o que de bom e de mau ela nos mostra, é a natureza autêntica e realista, mas fiz uma pequena censura às imagens mais chocantes para não ferir susceptibilidades.
Chegamos ao Serengeti já num final de tarde, num ambiente em que a tarde já longa e a difusa neblina que se faz sentir, juntando o facto de estarmos completamente sozinhos sem que avistemos qualquer outro jipe nas imediações, nos transmitem um sentimento algo misterioso e de algum suspense.
Este suspense é fruto de alguma adrenalina natural de se estar no meio dos mais ferozes predadores e do facto de já termos verificado por diversas vezes, que embora por mais que olhemos em volta e nos pareça que não existe qualquer indício de actividade nas redondezas, descobrimos metros à frente escondidos pela longa erva da Savana, um casal de leões ou chitas calmamente deitados a fazer uma sesta.
Depois de entrarmos na reserva, damos de caras com uma hippo pool, em que o sorridente Paul nos convida a sair do jipe para observarmos melhor...
Já se sabe, que nestas situações, colocar um pé fora do jipe numa reserva destas, faz subir e de que maneira a pulsação...
Depois de muitos olhares em volta, para nos certificarmos que tudo está calmo, lá saímos, eu e o Paul, a Xana achou que a vista do Jipe era melhor... Depois lá se juntou a nós cheia de coragem!
Seguimos o caminho em direcção ao nosso hotel, o Serengeti Sopa Lodge e numa rara ocasião, penso que terá sido mesmo a única, avistei eu primeiro que o guia, um leão do outro lado do ribeiro.
Ao chegarmos perto do leão, afinal era um grupo bastante alargado, com 2 leões, várias leoas e pelo menos 2 crias, que fugiram imediatamente para a erva alta juntamente com algumas leoas que pareceram tomar a sua guarda e que nos impediram de as observar convenientemente. Mas o pouco que fomos vendo foi bastante emocionante, até porque o espectáculo que nos esperava e o motivo daquela reunião familiar, não era mais do que um verdadeiro festim acompanhado de uma faustosa refeição!
Um enorme búfalo esventrado e de entranhas devoradas, jazia à nossa frente de forma macabra e violenta e a família ainda ostentava os sinais do festim nas bocas com laivos avermelhados que denunciavam a sua participação.
À espreita já se encontram os convivas que se seguem!
As imagens foram censuradas, mas não a descrição, porque num estranho fenómeno de realismo e de observação no local, sabemos que tudo isto faz parte desta natureza pura e dura e sabemos que só assim ela poderá continuar e apesar do paradoxo, ficámos felizes com o que vimos.
Continuamos o caminho para o hotel não sem antes cumprimentarmos esta simpática Naja preta!
Chegámos ao hotel, provavelmente o mais fraquinho onde estivemos, mas os pormenores curiosos como o facto de sermos acompanhados à zona dos quartos por um guarda armado dada a inexistência de uma cerca de protecção, apimentaram a estadia...
Chegados ao quarto, a escassos metros da nossa varanda, avistamos uma hiena a rondar, o que justificou plenamente a presença do guarda...
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