Chengdu, não estará nos percursos mais óbvios realizados na China, e embora isso só por si já seja um ponto a favor, para nós Chengdu, representava 2 grandes objectivos de Viagem: a ligação a Lhasa no Tibete e a aproximação aos pandas, esse animal simbólico adoptado pelo WWF como símbolo da preservação das espécies e que habita apenas em duas províncias chinesas: Sichuan e o sul de Shaanxi.
Ao planearmos a viagem, tínhamos decidido que visitaríamos a reserva natural de Woolong a cerca de 150 quilómetros de Chengdu, onde os pandas vivem em absoluta liberdade. Mas após alguma pesquisa, chegámos à conclusão que o mais provável era visitarmos uma bonita floresta de bambu e pandas nem vê-los! Assim sendo, o nosso contacto com os pandas seria feito no centro de pesquisa e desenvolvimento de pandas nos arredores de Chengdu. Este centro, que conta com um sucesso relativo na preservação desta espécie, possui um amplo parque do tipo jardim zoológico, mas onde ao contrário do que é habitual, os animais estão em primeiro lugar. Amplos espaços recriando o seu habitat natural, albergam os pandas tornando por vezes em alguns deles impossível a sua observação. Muitos espaços fecham consoante as necessidades dos pandas: épocas de acasalamento, gravidez, etc… Está bem feito, mas quanto a este parque já lá iremos…
Quando chegámos a Chengdu, informaram-nos que esta era uma pequena cidade de 4 milhões de habitantes!!! A entrada na cidade no percurso do aeroporto até ao hotel, mostrou-nos que estávamos certos. Pandas e Tibete, não há nenhuma razão suplementar para visitar Chengdu. Ficaríamos no entanto surpreendidos…
Arranha-céus a perder de vista, mostravam-nos a face da nova-China, onde a modernidade é plantada à força, empurrando o exotismo e ritualidade que parecem envergonhar os chineses para os cantos mais recônditos e que tanto atraem as almas ocidentais sempre em busca das vestes em seda colorida, chapéus em bico e riquexós frenéticos.
Depois do ritual do costume na chegada ao hotel, partimos para um almoço tardio onde decidiríamos o que fazer no que restava da tarde. O que nos pareceu mais acessível e interessante, foi uma visita ao templo de Wenshu, um agitado templo budista da dinastia Tang, segundo a descrição do guia. A referência a 2 casas de chá no templo, retirou-nos todas as dúvidas e foi para lá que partimos, porque a tradição de 3000 anos do chá nesta região não é de menosprezar!
Chegados ao templo, uma meia desilusão. O templo já estava fechado, mas em contra-partida, a zona envolvente era o oposto da descrição de Chengdu! Tínhamos à nossa frente, um amplo bairro tradicional, com as típicas casas em madeira e os seus pátios bem cuidados, onde restaurantes, pequenos comércios e casas de chá, faziam a delícia dos transeuntes.
Um verdadeiro achado! Nada melhor, do que quando não temos qualquer expectativa e somos presenteados com uma verdadeira pérola! A não perder. Percorremos o bairro de lés a lés, desfrutando de umas chávenas de chá e de umas compritas pelo caminho. Ao templo voltaríamos mais tarde, porque sem dúvida valeria a pena!
1 comentário:
ah, bom! pensei que o blogue tivesse tirado ano sabático... :oP :o)
abr
Enviar um comentário