domingo, 16 de fevereiro de 2014

Singapura, a multiculturalidade...

A chegada a Singapura, é como regressar à civilização e a tudo aquilo que estamos habituados a nível de conforto, mas com um clima 100% tropical e com todo o exotismo oriental e multicultural que Singapura ostenta.

Singapura, fez a união perfeita entre a multiculturalidade que é um ex-libris desta cidade-estado, unindo a cultura chinesa, os muçulmanos árabes e os indianos hindus na perfeição juntamente com todo o desenvolvimento high-tech típico de uma grande metrópole como é o caso de Singapura.

Para nós é um regresso, após termos estado aqui antes de seguir para a Indonésia. Não ficámos surpreendidos desta vez, porque já tínhamos ficado muito bem impressionados da primeira.

Na primeira visita, conhecemos toda a cidade "nova" e a chinatown e deixámos a Arab Street e a little India para esta visita.

Pelo que vimos da china town na primeira visita, a nossa expectativa era muito positiva relativamente ao que poderíamos encontrar aqui. E cumpriu-se a expectativa.

Quando chegámos, tivemos apenas um pequeno contratempo que foi a chuva tropical intensa que se fez sentir na primeira manhã. Abortámos os planos que tínhamos de sair e ficámos mesmo no hotel, tal era o dilúvio.

Depois lá saímos e fomos imediatamente para a Arab Street através do eficiente metro de Singapura.

Chegámos à Arab Street e a sensação foi a mesma que tivemos na china town! Espectáculo! Tudo impecavelmente limpo e arranjado. Tudo feito com bom gosto. Era apenas uma rua, era tudo bastante pequenino, mas estava tudo no seu sítio e bem enquadrado.

A rua começava na imponente mesquita que tivemos a oportunidade de visitar.





Á sua frente nascia a Arab Street com comércio tradicional, restaurantes e bares para matar saudades de umas tagines!





Tudo arranjadinho, tudo direitinho, tem piada, parece um upgrade aos locais originais onde reina normalmente a confusão!

Depois fomos para a little Índia. Aqui, podemos dizer com toda a confiança, é a zona que mais se assemelha aos originais :-) Aqui já temos um caos mais típico nos milhares de lojas e "tascas" que já têm um ar mais sujo.

Aqui foi engraçado ver a verdadeira fixação que os indianos têm pela maior indústria de cinema do mundo: Bollywood!

A cada esquina, um televisor, com dezenas de pessoas a assistirem à sessão! Galãs de brilhantina e modelos esculturais com vestidos de gola alta cheios de brilhantina desfilam a cada esquina...

Os templos parecem nascer a cada esquina com as representações realistas da estatuária hindu.



Dezenas de telhados ornamentados, não deixam esquecer que estamos mesmo em plena Little India, o cheiro a caril também não...

Nas imediações de um templo, quase que nos atirámos para o chão, com o estrondo que parecia ser o de um tiro ao nosso lado!

Assustados e sem entendermos bem o que se passava, percebemos com dificuldade depois de ouvirmos mais 2 ou 3 tiros, que estávamos perto da entrada do templo, onde existia um poço, para onde eram lançados como oferenda uns cocos! Pela aparência, diria que havia um prémio para quem atirasse o coco com mais força...

Nesta altura, já o cérebro se começava a enrolar com os mantras que íamos ouvindo, naquelas ladaínhas e sons repetitivos, que parecem querer hipnotizar-nos e deixar-nos por ali a flutuar entregues à meditação...

As orações assemelhavam-se ao ritmico mantra budista tibetano "Om Mani Padme Hum", o coro de vozes que ía aumentando o volume à medida que nos aproximávamos, tornava-se lentamente num som cavo e oco, que parecia querer sugar o nosso discernimento, desconcentrando-nos... A nuvem de incenso adensou-se e nesta névoa sufocante onde parecia que se nos tolhiam todos os sentidos, lá levávamos mais um "tiro" de coco para ajudar à festa...

O ambiente era incrível, era tântrico, místico, uma "pedrada" no charco, gratuita... Posso com toda a certeza garantir, que fomos salvos do local, por um dragão, cor de rosa, bem simpático, que falou connosco em português e que me acendeu o cigarro lançando chamas pela boca...



Depois desta visita e de termos "acordado" de novo no meio da Little India, entendi o que Mao queria dizer que a religião é o ópio do povo :-)

Grande visita, Singapura é verdadeiramente um local cheio de experiências e oportunidades. É um aglomerado de sensibilidades e tradições.

Tínhamos ainda um jantar cruzeiro num junco chinês, que já estava marcado há algum tempo!

A descrição que vimos do jantar, motivou o transporte ao longo de todos estes dias de uma camisa, umas calças e uns sapatos. Afinal, não queríamos estragar o "casual smart" da indumentária exigida...

Não seria a primeira vez, que era barrado num evento "casual smart" onde as minhas havaianas e calções não causaram a impressão esperada :-)

Assim sendo, e até porque o hotel tinha uma tábua de engomar lá nos pusemos a engomar tudo bem engomadinho. 

Depois de um imenso trabalho para tentar recuperar a nossa roupa totalmente amassada e maltratada com tantos dias no fundo da mala, lá saímos todos aprumadinhos...

Quando chegámos, não levámos muito tempo a entender, que o nosso jantar cruzeiro tinha sido "raptado" por uma excursão de japoneses (que parece que estão proibidos de viajar em grupos inferiores a 100 pessoas :-)) que claramente se tinham esquecido do "casual smart"!

Éramos nitidamente os patinhos! tudo de t-shirt e chinelas... 




O jantar foi bom e o momento bem relaxante!

Viajámos por toda a baía de Singapura, com boa comida chinesa e música a acompanhar e o melhor de tudo, para além da companhia claro, era a paisagem, que ganha aquela magia nocturna que até a mim me encanta nas grandes metrópoles!


Ficámos a flutuar à deriva, desta vez com menos transe, mas entre uns brindes do mundialmente famoso Singapore Sling...

Sem comentários: