quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Do Quénia para a Tanzânia

Saímos cedo e o Lago Nakuru já ficou para trás! No caminho tempo para uma paragem numa "fábrica" de estátuas, para a habitual aldrabice de uma suposta visita "cultural". O esquema é o habitual e começa sempre com uma visita "gratuita" à "fábrica" acompanhado por um hiper-simpático guia, debitando uma série de banalidades, já que não há nada para dizer, basta observar os talentosos escultores de madeira que dão asas à imaginação e fazem sair verdadeiras obras de arte (na minha perspectiva) de toros toscos de madeira.



 Claro que depois da curta visita, existe sempre uma loja!

Aqui começa a armadilha do turista, igual em quase toda a parte do Mundo! O esquema é psicológico e é do género, "Então eu fui tão simpático contigo, expliquei-te uma série de coisas, acompanhei-te, tu nem pagaste nada por isso e agora não me queres comprar nada aqui na loja?". Chega a hora da resposta habitual: "Não, obrigado, embora ache lindos os abutres em madeira e fiquem lindos na nossa sala, acho os milhares de dólares pedidos por eles um bocadinho exagerados!".

 Bem o costume, afastei o agressivo e intimidador "guia da fábrica", que no Quénia foi aliás uma constante, e dirigi-me aos escultores para lhes dar uma gorgeta, dado que estes é que são explorados e são os únicos que trabalham!

 Continuamos no famoso grande vale do Rift, que se estende por mais de 5000 Km entre a Síria e Moçambique. É uma falha tectónica responsável por este vale imenso e que nos brinda com estas paisagens!





Mas o nosso destino já está traçado e chega a hora de apanhar o nosso vôo internacional! Tá visto que não houve muita gente a querer seguir até à Tanzânia!



Aqui vamos nós nesta casca de noz! Pela primeira vez, levei as malas até à pista e entreguei a um senhor, que abriu uma portinha, tipo porta-bagagens e a colocou no nosso super-sónico... mosquito! Depois da Xana ter revirado os olhos uns milhões de vezes e ter dito outros tantos que nunca punha os pés "naquilo", lá entrámos e verifiquei com inegável satisfação, que não existiam pedais!



Lá fomos, e depois de ficar com o braço esmigalhado (não sabia que a Xana tinha tanta força!) chegámos à altura de cruzeiro e fizemos uma viagem muito agradável! O nosso destino era o aeroporto de Kilimanjaro e tivemos o bónus de passar ao seu lado para olhar para as suas neves eternas!



 Quando chegámos, finalmente tivemos uma recepção à nossa altura! Inúmeros carros e motas da polícia, de luzes ligadas e sirenes, quando partimos com a nossa comitiva, mandam-nos encostar à berma, informam-nos que vem aí o Presidente da República da Tanzânia. Ainda disse, que não valia a pena, que não queríamos incomodar o Sr. Presidente, mas não foi preciso continuar, dado que o seu carro passou por nós a alta velocidade! Ainda hoje acho, que ele se perdeu de nós... ~

A sensação de entrar na Tanzânia, é de que se trata dum país mais próspero do que o Quénia, não esquecendo claro que ambos são muito pobres, mas o simples facto de se verem ao longo da estrada "barracas" de tijolo, já nos dá uma pequena indicação, que mesmo assim, vive-se melhor por aqui do que no país vizinho.

 Mas estamos aqui para o Safari, por isso vamos lá! Seguimos para Arusha, a cidade que é o centro nevrálgico na organização de Safaris na Tanzânia. Fiquei com a sensação que qualquer Safari, começa e acaba aqui. Somos bem recebidos, com uma organização correcta e simpática, onde nos dão um briefing sobre os nossos próximos dias e nos entregam ao Paul, uma velha raposa dos safaris, simpático apesar de pouco expansivo e com um olho de lince como teríamos oportunidade de constatar mais tarde.

 Seguimos num agressivo Defender rumo a Tarangire, a nossa primeira reserva na Tanzânia.

 O Tarangire national Park é pura Savana e é famoso pela enorme concentração de elefantes e pelas Baobas, árvores fantásticas, que dizem que estão de pernas para o ar dado que os seus ramos parecem as raízes. Nós chamamos-lhes embondeiros. São precisamente as imagens das baobas, com o pôr do sol como antecâmara que guardo na memória como uma das mais bonitas imagens que me lembro de viver!





 O Universo parece conspirar para que a Tanzânia se torne inesquecível...


3 comentários:

espaço viajante disse...

parece que há algum problema aqui na parte dos comentários, vou ver se resolvo...

Anónimo disse...

grande blog!

espaço viajante disse...

parece que há algum problema aqui na parte dos comentários, vou ver se resolvo...