sexta-feira, 21 de junho de 2013

Java, o mágico Borobudur...

Tal como já disse, resolvemos "saltar" Jacarta e seguir directos para Yokyakarta, a capital "real" e cultural de Java.

O primeiro contacto, levando em conta os nossos padrões, foi para dizer o mínimo, chocante!

Ao chegar ao hotel, sentimo-nos a chegar a uma prisão dourada, um ghetto que virtualmente mitigava a miséria que nos rodeava.

A revista ao carro na entrada no hotel, também não contribui muito para que nos sentíssemos seguros, já que à semelhança do que vimos mais tarde repetidas vezes, até espelhos com rodinhas andaram a passar por baixo do carro...

Esta era a nossa primeira experiência asiática e ainda não tínhamos adquirido a sensibilidade para perceber, que embora os locais fossem miseráveis não eram perigosos. Qualquer uma daquelas ruas se estivéssemos no ocidente eram suficientes para sairmos de lá nus se fossemos suficientemente incautos para lá entrarmos, mas na Ásia a segurança é absolutamente irrepreensível, seja em que contexto for...

Chegámos já ao final da tarde ao hotel, ainda ouvimos o último adhan (chamada para a oração)  do dia, cantado a plenos pulmões pelo muezim no topo do minarete da mesquita mais próxima. Este momento revestiu-se de um certo exotismo misturado com algum desconforto pela falta de ambientação que ainda nos fazia sentir confusos...

Ficámos no hotel Meliá Yokyakarta e apenas o refiro, dado que ainda hoje nos recordamos da magnífica piscina do hotel, a mais bonita por onde passámos, toda esculpida em basalto, trabalhada e com imensas estátuas espalhadas pelo jardim que não era grande, mas era luxuriante e aquele contraste do basalto preto, com a vegetação, a piscina...





Mesmo com os dias passados em Singapura, ainda vínhamos com o jet lag, e não aguentámos e resolvemos dormir uma sestazinha antes do jantar... Claro que acordámos a meio da noite, já com o hotel em completo silêncio e praticamente às escuras, mas onde uns simpáticos empregados, solidários com a nossa situação, tiveram a imensa simpatia de abrir o restaurante e servir-nos umas omeletes que nos souberam pela vida!

Partimos de manhã cedo para o já muito elogiado Borobudur! Um magnífico templo budista com mais de 1200 anos! Maravilhosamente talhado a basalto com inúmeros painéis da doutrina e crença budista (parece que também existe alguma influência hindu) com dezenas de estátuas e com uma simbologia marcada a cada canto. Fantástico! 

Como se tudo isto não bastasse, ainda lhe podemos juntar o romantismo de ter sido redescoberto apenas no século XIX completamente coberto de cinza vulcânica e engolido pela floresta... Alguém consegue evitar o sonho de ser o intrépido e aventureiro viajante que embrenhado no meio de uma floresta tropical tropeça numa cabeça de buda...

Como as palavras são escassas para esta maravilha do mundo, ficam as fotos, ou melhor os postais...















Estávamos absolutamente rendidos, não precisávamos de absolutamente mais nada para que a viagem já tivesse valido a pena! Este momento ficou marcado na "galeria dourada" de memórias...

De volta ao hotel, tempo ainda para umas paragens em alguns templos menores...



 A tarde seria de descanso na piscina do hotel, para interiorizar a amplitude desta experiência inesquecível...

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