quarta-feira, 24 de abril de 2013

À descoberta da Indonésia...

A indonésia é um país fantástico!

Acho que esta é a melhor forma de começar, é uma espécie de declaração de interesses, antes mesmo de iniciar qualquer comentário.

Mas afinal o que torna a indonésia, do ponto de vista de um viajante claro, tão fantástica?

É simples, a sua diversidade cultural, a sua riqueza étnica, a sua diversidade e complexidade geográfica. A sua diversidade natural, a riqueza histórica e o património relacionado e a espontaneidade que ainda existe nos locais menos turísticos.


A indonésia é constituída por uma infinidade de ilhas, que têm essa particularidade da insularidade, que faz com que o isolamento permita um desenvolvimento diferenciado de ilha para ilha.

Apenas como um primeiro atractivo, a indonésia possui parte do Bornéu, a ilha de komodo com os seus famosos dragões.



 As Celebes (ou Sulawesi) com a sua paisagem irreal e os rituais funerários únicos no mundo, vulcões activos como o bromo ou o Merapi ou o mítico e já extinto Krakatoa.  A ilha de Bali, como Meca do turismo e onde reina a religião hindu, que nos atrai com toda a sua fervorosa e colorida ritualização.


Tem atóis e ilhas a perder de vista, com o supra sumo das paradisíacas (estas sim) praias tropicais. Bom, é um sem fim de interesses, que justificariam por si só várias viagens.


Da nossa parte infelizmente, não iríamos ver nem um terço do que relatei atrás, motivo mais do que suficiente para voltar. Para mim, pelo menos, o Bornéu e as Celebes (Sulawesi) estão no top da minha wish list para o futuro!

Esta Viagem foi realizada em 2005, onde ainda estava à flor da pele um ressentimento muito forte contra a Indonésia por força de todos os acontecimentos em Timor e que nos deixaram a todos chocados desde que o jornalista inglês Max Stahl enviou aquelas imagens difíceis de esquecer do massacre de Santa Cruz em Díli.

À época estavam também ainda bem frescas as imagens do atentado terrorista em Bali em 2002, que matou mais de 200 pessoas, sendo que mais de 130 eram turistas estrangeiros. Olhando para trás, também não esqueço que apenas 2 meses depois de termos voltado, mais bombas explodiram em restaurantes turísticos à beira mar em Bali, matando mais de 30 turistas…

Mas a Indonésia, também sofreu uma rápida mudança política, e a crise asiática “empurrou” o presidente Shuarto, abrindo as portas a uma maior democratização na Indonésia. 

Este factor, aliado às imagens belíssimas que fomos retirando de revistas livros e sites, levou-nos a querer conhecer a indonésia e o mínimo que poderei dizer é que não nos arrependemos… Apesar de termos apenas “aflorado” uma ínfima parte do País.


Programada a viagem, estava decidido, o nosso destino seria Yokyakarta a cidade “real” na ilha de Java, a principal ilha do país e onde se localiza também a capital Jakarta, que decidimos não visitar, um bocadinho, por causa daquele sentimento que falei antes da relação com Timor, onde aprendemos a “detestar” o nome da capital indonésia.

Também achámos que teríamos mais atractivos noutros locais e como o tempo não estica…

Teríamos que ir obviamente a Bali e também à menos visitada ilha de Lombok.

Para aumentar ainda um pouco mais as expectativas, ficaríamos quer à ida, quer à volta em Singapura, para conhecer uma cidade/estado fantástica e que nos surpreendeu pela positiva.


Vamos lá então! As expectativas são as melhores e a adrenalina e aquele friozinho na barriga que se instala na hora de partir misturado com o sentimento de que nos perderemos no exotismo oriental, não nos deixa dormir de véspera, o que só ajuda na hora de enfrentar 13 horas de vôo…

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Amesterdão, uma pausa no regresso...

Amesterdão é um daqueles locais especiais e consensuais que recolhe fãs um pouco por todo o mundo por força da sua especial mentalidade onde um pensamento “liberal” cultivado há séculos e que permite a existência de uma série de particularidades que durante muito tempo apenas eram possíveis por aqui.


Amesterdão será um dos raros locais do mundo, já não será o único, onde é possível ver famílias inteiras desde o avô ao neto a passearem no bairro vermelho com a maior descontracção.

Aqui misturam-se divertimento, sexo e drogas como em nenhum outro local do mundo de uma forma perfeitamente civilizada e controlada.


Aqui no fundo, parece que se deu uma lição à hipocrisia vigente um pouco por todo o mundo, onde existem todas estas actividades mas de forma ilegal.

Aqui convivem sex shops, casas de sexo ao vivo, coffee shops com mais drogas leves do que alguma vez tinha até à data ouvido falar com uma cidade perfeitamente civilizada, que ainda por cima é uma das mais belas da Europa, fruto da sua extensa rede de canais e arquitectura típica com as suas casas escuras e em tijolo seculares, altas e estreitas e que em muitos casos parecem querer espreitar os canais que passam à sua frente, já que se encontram inclinadas para a frente…


Aqui, todo o frenesim e divertimento convive de forma surpreendentemente pacífica com os pacatos bairros circundantes, onde chega a estranhar que a apenas alguns metros de toda uma imensa actividade encontremos verdadeiros locais de retiro como se de repente tivéssemos aterrado numa pequena aldeia do interior.


É também um local de cultura, onde as artes têm um verdadeiro papel no dia a dia das pessoas. No cardápio encontramos desde os mundialmente famosos museu Van Gogh, Rembramdt ou Rijks Museum, na “esplanada dos museus, até ao Madame Tussaud na Dam ou o museu do sexo mesmo em frente à estação central.









A própria estação central é uma visão fantástica, um monumento em si mesmo, que fervilha de vida e que "fornece" Amesterdão com milhares de turistas por dia.


Também junto à estação central, podemos observar um impressionante parque de bicicletas, verdadeiro ícone de Amesterdão, onde é muito mais fácil ser atropelado por uma bicicleta do que por um carro.


Nas bicicletas, é curioso, porque o que se vê, são pasteleiras do tempo da II Guerra Mundial, velhas e ferrugentas, mas que parecem não se querer desligar da história desta cidade. Ainda nos dias de hoje a rivalidade entre holandeses e alemães, trás à baila o roubo das bicicletas durante a guerra...

Por falar em II Guerra mundial, pode-se visitar também a mundialmente famosa casa de Anne Frank, a criança judia que juntamente com a sua família, viveu durante alguns anos da II guerra mundial num anexo secreto e onde relatou no seu diário o dia a dia difícil e tortuoso de como uma família tentava de uma forma artificialmente “normal” prosseguir a sua vida apesar de todas as incidências do flagelo da guerra. Infelizmente a família foi denunciada e mandada para distintos campos de concentração nazis, onde todos acabaram por falecer, excepto o patriarca Otto Frank, que haveria de receber dos seus antigos amigos e cúmplices e publicar o “Diário de Anne Frank” que se tornou imediatamente um best seller internacional e que assim permaneceu até aos dias de hoje.

                                                                        Anne Frank

Amesterdão é um manancial de atracções e divertimentos. É uma cidade viva, cheia de história, que se cruza também com os portugueses, fruto do estabelecimento de uma abastada “colónia” de judeus portugueses, que estupidamente foram expulsos de Portugal e que por aqui se estabeleceram, formando uma das principais comunidades locais e fundando a impressionante Sinagoga Portuguesa de Amesterdão que é um marco português comovente no coração da cidade..

Já disse muito, mas parece que falta dizer tudo sobre esta cidade de ruas estreitas e acolhedoras, o ar descontraído com que as pessoas “ostentam” a sua felicidade, as inúmeras lojas especializadas em vinhos ou azeites ou enchidos, as  milhares de pontes de todas as formas e feitios, as casas flutuantes, o dique que mantém a cidade à tona de água e que é também a origem do nome da cidade (Amstel Dam é o dique no rio Amstel), o famoso mercado das flores, o artesanato, com as socas e o Gouda à cabeça, os passeios de bicicleta pelas vias bem sinalizadas e respeitadas, ou pelos parques que aqui e ali fazem a cidade respirar, as tulipas  enfim, é um local que não me canso de visitar e por isso mesmo aproveitámos a “escala” em para aqui ficarmos 3 ou 4 dias na companhia do nosso primo David que veio ter connosco.














Momentos bem passados, tranquilos e sem horários, não deixando no entanto de fazer de tudo um pouco.

Foi uma excelente transição entre o ponto final da nossa lua de mel nas Maurícias e o regresso a Lisboa.

Em casa, seria certinho, teríamos à nossa espera uma fabulosa “depressão pós-férias” !